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Com o projeto Lendo o mundo através da arte, realizamos um trabalho de releitura de obras de artes, objetivando despertar o olhar das crianças para obras de diversos pintores famosos, favorecendo o processo criativo de cada criança e possibilitando a expressão de suas opiniões para que desenvolvam a capacidade de pensar, a sua oralidade, tornando-as produtoras de artes.

A turma do Infantil 2 conheceu a Obra: GALO AMARELO, de Gustavo Rosa.
Após, realizaram a releitura da obra desenvolvendo sua coordenação motora fina explorando as possibilidades oferecidas pelos diversos materiais, instrumentos e suportes para o fazer artístico.

As crianças do Infantil 3, após conhecerem um pouco sobre a vida da artista brasileira Tarsila do Amaral, fizeram a releitura da obra ABAPORU. Na reprodução da obra, eles desenvolveram a motricidade fina através da pintura e do desenho.

A turma do infantil 4 fez a releitura da obra “O vendedor de frutas” da artista brasileira Tarsila do Amaral.
Durante a leitura de imagem da tela, na qual observamos as formas e cores, discutimos as intenções da artista em produzir aquela tela, quais métodos e materiais ela utilizou, bem como, trabalhamos as frutas tropicais apresentadas na obra. Na reprodução da obra, as crianças aperfeiçoaram a sua motricidade fina, através da pintura, recorte e colagem, fortalecendo e aprimorando os músculos dos braços e das mãos.

Os alunos do infantil 5 tiveram como inspiração para realizar o trabalho de pintura em tela as obras de Raimundo Cela, pintor, desenhista, gravador, professor e engenheiro brasileiro que nasceu em Sobral no estado do Ceará. Em suas obras gostava de retratar as paisagens litorâneas, pescadores e jangadeiros que foram destaque em nossas aulas. A oportunidade de conhecer e estudar sobre características típicas de nossa região através de obras de arte foi uma excelente forma de aprender!

A pandemia afetou a rotina de todos e, com a paralisação de diversos setores, o acúmulo de responsabilidades dentro do lar tem forçado pais e responsáveis a dividir sua atenção entre home office e ensino remoto dos filhos, assumindo um novo papel no processo de ensino-aprendizagem do aluno. 

De repente, tudo mudou. Em um piscar de olhos, tivemos que rever e readaptar a nossa rotina, dentro de um contexto de distanciamento social em todas as atividades, seja de trabalho, de escola dos filhos, ou de interações sociais. Desde que a paralisação das atividades escolares presenciais foi decretada, as instituições de Educação Básica têm enfrentado desafios para adaptar suas atividades ao ensino remoto. As famílias, por sua vez, estão se empenhando para dar conta da nova rotina: home office, manutenção da casa, apoio aos filhos nas atividades escolares a distância, lazer, etc. Tudo isso reservado, apenas, ao espaço físico dos lares.  

Diante disso, de que maneira os pais podem efetivamente contribuir para a aprendizagem dos filhos no ensino remoto? Como conciliar trabalho e acompanhamento das crianças em tempo integral? Enquanto as escolas ainda se adaptam e os professores buscam se apropriar de ferramentas digitais para possibilitar e acompanhar a aprendizagem, as famílias se veem em um momento inédito de convívio nas 24 horas do dia. 

Vale ressaltar que a aprendizagem formal ocorre em momentos sistematizados, e a aprendizagem informal ocorre nas diversas interações diárias entre as pessoas. Os alunos precisam do conteúdo curricular para enfrentar os problemas reais, tais como provas, ENEM, vestibulares e outras avaliações. No entanto, é nas interações, na afetividade dos vínculos, no apoio que recebem da família, que eles têm o impulso para aprender a lidar com essa modalidade de aprendizagem remota, imposta por este contexto tão singular em que vivemos atualmente. 

Sendo assim, as relações familiares representam o grande apoio emocional para o enfrentamento desse desafio para o aluno, principalmente, para os estudantes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental Anos Iniciais, que ainda não possuem autonomia e autorresponsabilidade suficientes para realizarem atividades sem o auxílio dos pais. Questões, como vínculo, afeto, limites e aceitação do momento presente, são cruciais para chegarmos ao final dessa fase com a saúde emocional em equilíbrio e garantindo menores danos ao aprendizado dos alunos. 

Para auxiliarem os filhos nesse processo, os pais precisam, primeiramente, estar de bem consigo mesmos. Autocuidado e resiliência são fundamentais.  

Vejamos 12 dicas importantes que podemos repassar aos pais, para ajudá-los a enfrentar esse cenário da melhor forma possível: 

  1. Fortaleça a relação afetuosa com seus filhos, aproveite essa proximidade física integral. 
  2. Busque conhecer melhor o seu filho e permita que ele conheça você. 
  3. Conte com a ajuda dele para organizar a sua rotina e a dele. Lembre-se de que o exemplo também ensina. Procure praticar essa ação sempre na véspera de cada dia. 
  4. Ao final de cada dia, faça uma análise dos acontecimentos e celebre cada pequena conquista.  
  5. Inclua pausas durante o dia para descansar a mente e esticar o corpo.  
  6. Reserve um momento para realizar as refeições em família. 
  7. Abuse do autocuidado: pratique atividades físicas, ouça músicas, assista filmes, medite, ou seja, pratique tudo aquilo que possa melhorar seu bem-estar. 
  8. Dedique tempo para brincar e conversar com seus filhos, para que se divirtam juntos. 
  9. Não reduza a convivência aos momentos de auxílio nas tarefas escolares e busque intervir quando necessário.  
  10. Estimule a continuidade e a manutenção do vínculo professor-aluno, pois ela é fundamental. Lembre-se de que a qualidade dessa relação nesse momento de distanciamento social é o que vai contribuir para uma aprendizagem qualitativa. Além disso, no retorno às aulas presenciais, esse vínculo cultivado hoje vai ajudar o aluno a enfrentar a readaptação à rotina regular. 
  11. Conheça os canais de comunicação dos seus filhos com a escola, professores, amigos e incentive os contatos e interações constantes. 
  12. Use a criatividade junto com os filhos, fazendo ajustes na disposição dos móveis na casa, cozinhando juntos, experimentando novos pratos, revisitando itens que não são mais usados em casa, etc. 

Ao final desse período turbulento, o que ficará será a aprendizagem construída em conjunto nas famílias e o fortalecimento emocional que pudermos possibilitar aos jovens aprendizes, por meio do afeto no enfrentamento ao isolamento domiciliar. No final das contas, esse momento também abre novas perspectivas nos rumos da Educação e na valorização das relações interpessoais. 

O movimento da BNCC foi influenciado pela inserção da tecnologia no dia a dia dos alunos, pelas mudanças no campo profissional e também pela observação da importância de diversas competências para lidar com os desafios do futuro.

Desta forma, as competências da BNCC regulamentam as diretrizes em toda a Educação Básica no Brasil, com uma proposta de ensino mais justa, investindo no desenvolvimento intelectual, social, físico, emocional e cultural do aluno,  por meio de normativas, tais como: 

  • Conhecimento;
  • Argumentação;
  • Trabalho e projeto de vida;
  • Repertório cultural.

Com isso, sabe-se que a relevância da BNCC é formar um aluno mais atuante na sociedade, beneficiando também as escolaspor meioda elaboração de um currículo mais atual, elevando o  padrão de ensino. 

O professor, por sua vez, precisa se familiarizar com o documento e compreender a BNCC em sua totalidade, podendo necessitar de orientação e apoio por parte da equipe pedagógica da instituição.

O que é a BNCC? 

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento elaborado pelo MEC, visando normatizar as redes de ensino, sejam elas públicas ou privadas, iniciando na Educação Infantil até o Ensino Médio. 

Temas contemporâneos, transversais e integradores compõem as competências da BNCC, no intuito de oferecer mais igualdade no sistema de ensino aplicado no Brasil, proporcionando uma formatação social mais democrática e inclusiva. O foco da proposta é promover a aprendizagem de todos os estudantes.

A ideia de articular uma base nacional comum curricular vem sendo fomentada desde 1996 com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), no Art. 26., onde consta que: “Os currículos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos.” 

Somente em 2015, entretanto, o primeiro documento oficial foi elaborado e, após alguns ajustes, homologado em 2017 para, em 2020, tornar-se realidade dentro das escolas brasileiras, existindo um prazo para a adequação completa das escolas.

Um dos pilares da BNCC é o  de ofertar condições educacionais de maior qualidade, gerindo coerência entre avaliações, currículo, materiais didáticos e a formação dos professores, que é fundamental para o bom andamento da implementação na prática.

Os materiais didáticos sofreram modificações para se adequarem ao direcionamento indicado. Livros didáticos precisaram ser repensados com o propósito de engajar o pensamento crítico e agregar tecnologia ao planejamento das aulas,  colocando o aluno como protagonista na construção do seu aprendizado. 

É fundamental que os materiais didáticos sejam alinhados com as competências da BNCC e que contextualizem assuntos atuais.

Dentro do documento da BNCC, com o intuito de gerar ampla integração, os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) aparecem para explanar como os diferentes componentes curriculares se interligam, reforçando, mais uma vez, a relevância da aprendizagem e combinando valores éticos, cidadania, sustentabilidade, entre outros aspectos. 

Os TCTs são compostos de seis macro áreas temáticas, conforme segue:

fonte: Temas contemporâneos transversais na bncc

Algumas propostas de trabalho poderão sofrer alterações dentro dos currículos escolares, com abordagem transdisciplinar, intradisciplinar ou interdisciplinar, guiando, assim, as práticas pedagógicas dentro das escolas.

Até quando as escolas têm que implementar as competências da BNCC?

Como falado acima, é de grande importância que as instituições estejam cientes de que existe um prazo para a total adequação das normas da BNCC, pois, nem toda a escola, de fato, está 100% adequada.

A resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE), publicada em 22 de dezembro de 2017, estabeleceu que as adequações deveriam ser feitas ao longo de 2018 para que, já em 2019, elas cheguem às salas de aula. De acordo com o CNE,  o prazo máximo para a implementação foi no início do ano letivo de 2020.

A fiscalização desta tarefa cabe aos órgãos normativos de cada sistema de ensino.

O que são as competências da BNCC?

Segundo o MEC, as competências da BNCC são uma mobilização de conhecimentos, habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

Foram estabelecidas 10 competências da BNCC, que corroboram para que a educação obtenha uma linha padrão em todos as séries e áreas de conhecimento. Cada componente curricular e área tem suas competências específicas, para depois tornarem-se disciplinas junto com os objetos de conhecimento e as habilidades pretendidas. 

Como as competências influenciam as tomadas de decisão do estudante para a vida?

A partir das competências da BNCC, os estudantes constroem consciência à respeito do impacto de suas decisões, seja na vida pessoal ou na sociedade, pois ele aprende a vivenciar e identificar valores importantes para si e para o coletivo.

Desta forma, ele se responsabiliza por suas ações, planejando e decidindo individual e coletivamente qual o melhor caminho a ser tomado, sempre pensando nas consequências gerais.

Além disso, eles aprendem a refletir sobre situações concretas em que gatilhos emocionais, frustrações e ações impactam no contexto, procurando e analisando formas de aprimoramento.

Competências da BNCC: entenda cada uma delas!

As competências da BNCC devem ser analisadas por gestores, professores e também pelos pais, para que seja possível alcançar os melhores resultados.

Cada título das competências da BNCC fornece pistas do que se espera do trabalho da escola e dos valores, conhecimentos, habilidade e atitudes procuradas.

Por isso, entenda as 10 competências da BNCC

Conhecimento

A competência conhecimento está relacionada à aquisição de saberes de forma generalizada, seja de cunho digital, social, cultural, científico ou histórico. Sua compreensão abrange visão global, despertando a colaboração nos estudantes para que possam operar de forma atuante na sociedade.

Pode ser aplicado com projetos e trabalhos de pesquisa, a fim de contextualizar  os conhecimentos.

Pensamento científico, crítico e criativo

estímulo para que o aluno desenvolva o senso crítico, despertando a criatividade, a curiosidade e a autonomia – esses são os pilares desta competência da BNCC. 

A investigação e a interpretação, bem como o impulsionamento para testar hipóteses, levam o aluno  à construção do  pensamento científico, crítico e criativo.

Repertório cultural

Relaciona-se com a identidade do indivíduo, levando-o à compreensão da cultura na qual se insere, bem como à  dos  demais povos, visando a valorização de aspectos artísticos e culturais inerentes a si mesmo e aos outros .

Comunicação 

Na competência comunicação, se privilegia a utilização de diferentes linguagens para ampliar o entendimento de mundo, iniciando pelo local onde o aluno se insere . As linguagens tecnológicas e a realidade do cotidiano são igualmente abordadas aqui.

Cultura digital 

A cultura digital tem o intuito de problematizar o uso das tecnologias, envolvendo questões éticas e permitindo que o estudante aprofunde e utilize, de forma coerente, seus conhecimentos. 

Essa competência contempla múltiplas disciplinas, tanto exatas, quanto humanas.

Trabalho e projeto de vida 

O foco nesta competência é um planejamento de carreira e de vida, auxiliando o estudante a tomar suas decisões de presente e futuro com responsabilidade. Além de fazê-los compreender o mundo do trabalho e, a partir disso, fazer escolhas envolvendo cidadania, autonomia e liberdade.

Argumentação 

Nesta competência, o estudante deve desenvolver ideias e opiniões sólidas com embasamentos, fomentando assuntos relevantes sobre consciência ambiental e ética. Baseado nestes aspectos, o estudante aprende a defender seus pontos de vista, sempre com respeito à opinião do próximo.

Autoconhecimento e autocuidado

O foco do autoconhecimento e do autocuidado é despertar o indivíduo para um conhecimento interior, nos quais os aprendizados: emocional, de ordem física e mental, são prioritários.

Ou seja, despertar os conhecimentos, habilidades e atitudes com confiança e coragem, analisando estratégias para vencer os desafios, além de tomar ciência das emoções e sentimentos, buscando sempre se manter tranquilo e otimista frente às situações difíceis.

Empatia e cooperação 

A empatia e a cooperação são bastante relevantes  junto à aplicação das competências, pois afirmam uma cultura de não-violência e de respeito na formação dos alunos

O respeito por todas as crenças e pela diversidade, a colaboração em todos os aspectos e a procura pela solução de problemas, por exemplo, entram em pauta.

Responsabilidade e cidadania 

Esta competência tem o intuito de proporcionar a formação de uma cidadania com mais consciência, solidariedade e ética, unindo a uma postura de responsabilidade e sustentabilidade e  visando constituir sujeitos conscientes e responsáveis.

Como as competências funcionam no dia a dia?

Na prática, podemos notar em diversos pontos a intenção de formar uma sociedade mais justa, com educação de qualidade, trazendo elementos que elencam valores importantes junto aos estudantes, tal como o desenvolvimento de uma gama de habilidades práticas e emocionais. 

Pensar e planejar atividades alinhadas ao currículo escolar, levando em consideração o texto do documento, é efetivar em sua praticidade as competências da BNCC e toda sua significação social.

O professor adota uma postura reflexiva para colocar o estudante como protagonista do seu ensino, eliminando o indivíduo passivo e transformando-o em agente. As ferramentas tecnológicas são exploradas no dia a dia da escola e precisam ser dominadas também pelos docentes para que façam uso com segurança e excelência.

Aos gestores, cabe acompanhar este processo e investir na formação docente para amparar os professores neste momento transitório, pois a responsabilidade de atingir os resultados propostos pela normativa é um empenho coletivo e envolve toda a equipe, além de equipar os ambientes da escola para uma apropriação tecnológica, a fim de dar suporte á  cultura digital.

Exemplos de atividades para aplicação em sala de aula

O MEC desenvolveu um roteiro para atividades a serem implementadas, com o propósito de apoiar a organização nas discussões sobre BNCC em escolas, com indicação de atividades a serem desenvolvidas com os professores, coordenadores pedagógicos e diretores.

Outro exemplo que podemos citar, à respeito da cultura digital, é que é possível implementá-la  por meio de ferramentas como o Eureka, do SAS, uma plataforma gamificada e adaptativa, que dialoga bem com essa competência ao estimular nos jovens o interesse pelo mundo da matemática, língua portuguesa, ciências, química, biologia e física por meio de jogos. 

Segundo o diretor de ensino e inovações educacionais do SAS, foi alcançado através da ferramenta:

  • Um nível de engajamento de 86% por parte dos alunos;
  • Em avaliações externas, os alunos obtiveram  resultados 20% melhores que os demais.

Nos dias 15 e 16 de junho, o SAS Plataforma de Educação realizou o Congresso de Mantenedores, um evento 100% digital voltado à reflexão sobre a volta às aulas presenciais nas escolas de todo o Brasil e sobre os rumos da Educação Básica no pós-pandemia. Um dos painéis do primeiro dia de evento trouxe discussões sobre o papel da família e da escola no retorno à sala de aula. 

Os últimos quatro meses têm sido bastante desafiadores para as escolas e famílias de todo mundo. A paralisação das atividades presenciais de diversos setores forçou gestores escolares e professores a replanejarem o ano letivo com muita rapidez, agilidade e competência, a fim de que os alunos pudessem continuar estudando por meio de plataformas digitais. Foi uma mudança e tanto, não apenas para a escola, mas, sobretudo, para as famílias. Agora, as instituições de ensino começam a se preparar para a retomada das suas atividades presenciais sob um novo formato, no qual o apoio das famílias também será fundamental. 

Para ajudar as escolas a entender melhor os desafios que este novo momento reserva para as escolas e famílias, o SAS realizou o painel “Engajamento das famílias – boas práticas de acolhimento e comunicação” no primeiro dia do Congresso de Mantenedores, evento exclusivo para escolas parceiras da plataforma de educação, realizado nos dias 15 e 16 de junho. O momento, transmitido por meio de uma ferramenta 100% digital, contou com a participação de Anna Paula Barreira, gerente de Formações do SAS, Georgia Marinho, diretora de Conteúdo Pedagógico do SAS, e Bernardo Bastos Lagemann, mantenedor do Colégio Sara Dawsey (RJ). Durante a conversa, os painelistas refletiram sobre o papel da família nesse novo modelo de educação, sobre o que se espera da relação entre família e escola no pós-pandemia e sobre a utilização da tecnologia no dia a dia do ensino.

Logo no início do bate-papo, os convidados foram confrontados com uma pergunta fundamental: houve transformação da atuação da escola ou da família durante a quarentena? 

Para o mantenedor Bernardo Bastos, do Colégio Sara Dawsey no Rio de Janeiro, a resposta foi “sem dúvida”, uma vez que um novo modelo de escola foi colocado em prática, exigindo que os principais agentes do processo de ensino-aprendizagem assumissem novos papéis e desenvolvessem novas competências para torná-lo eficaz.  

“Tudo mudou. Entendemos que o período era de muita resiliência para todos os agentes envolvidos, desde a escola, até os pais e alunos. Percebemos que, durante a paralisação das atividades presenciais nas escolas, todos esses atores passaram a ser vistos sob um novo olhar. O professor, por exemplo, passou a ser ainda mais valorizado pelos pais, que tiveram que participar mais ativamente da rotina de estudos dos filhos e puderam acompanhar todo o esforço do corpo docente para darem continuidade às aulas. O olhar dos pais com relação aos filhos também mudou, pois, agora, eles passaram a entender o filho enquanto estudante, observando melhor suas particularidades e dificuldades.” 

Segundo Bernardo, houveram transformações profundas na relação entre escola e família, uma vez que a sala de aula passou a invadir os lares por meio do ensino remoto emergencial. “Antes da pandemia, a escola não estava dentro de casa, mas, com a interrupção das atividades presenciais, passou a estar. Será que a família estava preparada para enfrentar essa dinâmica toda?”, reflete. Ele ressalta ainda que, mesmo diante de tantas mudanças, o pai continua sendo o pai, e o professor continua sendo o professor. “Esses dois papéis não podem se confundir. Uma nova relação se construiu nesse processo, mas os papéis continuam os mesmos”, completa. 

Em todo o período de isolamento domiciliar, o desenvolvimento de habilidades como a empatia, por exemplo, se tornou essencial, conforme apontado por Georgia Marinho, diretora de Conteúdo Pedagógico do SAS. “Empatia nada mais é do que entender a dor do outro, ou seja, sermos capazes de nos colocarmos no lugar do outro. Nesse período, vimos professores se colocando no lugar dos pais, e os pais que precisaram se colocar no lugar dos professores. Houve, portanto, uma humanização do processo de ensino-aprendizagem. Trouxemos tanto o lado da escola, como o lado da família, para um lugar de pertencimento”, afirma. 

Dessa forma, os painelistas apontam que a comunicação se tornou uma ferramenta muito importante na rotina das escolas durante a pandemia, para fortalecer ainda mais a relação entre todos os agentes envolvidos, devendo permanecer fundamental na retomada: 

“Vimos a necessidade de estabelecer uma comunicação transparente e clara com os professores, pais e alunos, sobre todas as dificuldades e desafios que temos enfrentado. Estamos construindo uma nova escola junto com todos esses atores e entendemos que a comunicação é o fundamento de um trabalho de construção. Precisamos ser humildes para assumir para as famílias que não somos perfeitos, que também estamos aprendendo e entendendo como lidar com esse novo momento. Além da transparência, foi fundamental sair com a verdade. Isso, sem dúvida, foi o que nos aproximou ainda mais das famílias.”  

E, então o que esperar das famílias na Educação Básica do pós-pandemia? De acordo com os especialistas, as escolas não podem, de maneira nenhuma, perder todos esses aprendizados assim como os laços que foram ressignificados: 

“Os aprendizados desse momento, como já vimos, não se limitam à utilização de ferramentas tecnológicas no dia a dia da escola, como forma de contornar o distanciamento social. Na realidade, tem muito mais a ver com a maneira com a qual a escola tem se apropriado desses recursos no seu modelo pedagógico, pensando em um melhor aproveitamento do ensino. Além disso, vamos continuar precisando muito do apoio das famílias nesta nova etapa, entendo que não temos todas as respostas, mas que seguiremos juntos para encontrá-las.” 

Em live exclusiva para escolas parceiras do SAS, o filósofo, escritor e professor, Mario Sergio Cortella*, reflete sobre o contexto atual das escolas da Educação Básica, que tiveram suas rotinas e modus operandi impactados pelo isolamento social.  

O contexto atual das escolas causado pela COVID-19, que levou milhares de instituições a paralisarem o ensino presencial em todo mundo, tem despertado diversas discussões sobre os rumos da Educação Básica. Segundo dados da Unesco, por conta da interrupção das aulas presenciais, cerca de 1,5 bilhão de estudantes tiveram suas rotinas impactadas e precisaram recorrer à tecnologia e ao estudo remoto, para manterem os estudos em dia. Só no Brasil, 48 milhões de estudantes foram mandados para casa, e, sem quase nenhum planejamento, cerca de 63 milhões de professores tiveram que se adaptar a um novo formato de ensino. Para refletir sobre os efeitos e oportunidades deste momento histórico na Educação, o SAS convidou o filósofo, professor e escritor Mario Sergio Cortella, para um bate-papo virtual. A conversa, exclusiva para escolas parceiras do SAS, foi transmitida ao vivo pela plataforma Zoom no dia 27 de maio, e contou com a mediação da diretora de Consultoria Educacional, Carolina Milério. 

Em quase três meses de distanciamento social, escolas, famílias, alunos e educadores tiveram que lidar com diversos desafios, desde novas formas de se relacionar, até novas ferramentas de aprendizado, em um momento que exige de todos mais empatia e colaboração. Nesse sentido, Cortella ressalta que, embora muitas das atividades com as quais estávamos acostumados tenham sido interrompidas, o mundo não parou. Pelo contrário, ele encontrou uma nova forma de continuar. 

“Algumas pessoas me perguntam: poxa, mas e agora que o mundo parou? Não, não parou. Parou um dos modos de viver no mundo. Um dos nossos sistemas de ser mundo, mas o mundo não parou. Dessa forma, a Educação escolar e nossa atividade de partilha, de conhecimentos, de valores, de técnicas e de convivências, persistem.” 

Segundo ele, a pandemia nos apresentou uma forma diferente de viver, mas não totalmente diferente, pois, enquanto educadores, devemos ser guiados por nossos valores, propósitos e metas, que nos dão uma noção de onde queremos chegar. “Sim, a pandemia mexeu com a Educação escolar, mas não a transtornou. Só mudaria completamente de rota e direção, se nós não pudéssemos lidar de forma alguma com aquilo que a escolaridade nos coloca como tarefa e como exercício”, reforça. 

“Mudou, mas não mudou tudo. Nada voltará exatamente como estava, mas também, nada será completamente inédito, como foi antes desse momento pandêmico. Daí, que de fato, só restam duas opções nesse momento: ou senta e chora, ou levanta e enfrenta.” 

No contexto atual das escolas, ao refletir sobre o papel da família, que precisou se envolver mais no processo de ensino-aprendizagem do aluno do que estava habituada, o filósofo e professor esclarece: “a família não está substituindo a escola, ela está complementando. Assim como a escola não substitui a família, a família não substitui a escola. Elas se complementam.” 

“Essa nova forma de lidar com a educação escolar trouxe um impacto forte nas relações de convivência, trazendo a família de um modo diferenciado para dentro do processo de escolarização, com uma eventual participação no cotidiano das crianças e dos jovens, com a qual ela não tinha familiaridade. Aqui, uma comunicação clara e transparente entre escolas e famílias é fundamental. Mais do que nunca, é preciso haver empatia entre as partes.” 

Quanto ao retorno das aulas presenciais nas escolas, que, no Brasil, já começa a ser estudado para um futuro breve, Cortella aponta para a importância da escola como um local, não apenas de trocas de conhecimentos, mas, sobretudo, de apoio socioemocional entre educadores, alunos e famílias. “A volta será mais difícil, vamos ter que lidar com alunos e professores que podem ter perdido alguém, que podem ter passado por algum tipo de luto, não só luto de pessoas, mas de outras perdas que podem ter representado uma experiência traumática”, afirma. 

E os desafios para as escolas não param por aí. Cortella reflete, ainda, sobre o papel da tecnologia na rotina das escolas durante e após a retomada das aulas, ressaltando que ela não deve ser vista como uma ferramenta substitutiva, mas como um apoio importante para que os educadores continuem exercendo sua missão, durante e no pós-pandemia. “Não é a tecnologia que moderniza uma cabeça pedagógica, é que uma cabeça pedagógica não dispensa a tecnologia, quando ela é inteligente”, finaliza. 

Os encontros virtuais SAS On-line fazem parte das diversas iniciativas do SAS, que vem, desde março, buscando formas para minimizar o impacto da pandemia na Educação Básica, com conteúdos on-line gratuitos para estudantes, educadores e gestores escolares. Além de Mario Sergio Cortella, o SAS já contou, em encontros anteriores, com ilustres participações, como a do historiador e professor Leandro Karnal, o escritor e navegador Amyr Klink, o educador Clóvis de Barros Filho, e o filósofo e sacerdote Pe. Fábio de Melo, que trataram de diferentes aspectos do isolamento social e dos seus desafios para a Educação e para as famílias. A programação de lives e outros conteúdos promovidos pelo SAS é compartilhada semanalmente aqui

*Nascido em Londrina, Mário Sérgio Cortella é filósofo, escritor e palestrante, com Mestrado e Doutorado em Educação, e professor-titular da PUC-SP. Ao todo, possui mais de 40 obras escritas, sendo considerado nacionalmente como um dos pensadores contemporâneos mais celebrados da atualidade.  

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